Dalva de Oliveira

Canção Desesperada

Dalva de Oliveira


Sou uma canção desesperada,
Folha que rolou no turbilhão,
És a minha fera ataiçoada,
Que cai destroçando meu coração
Dentro de mim mesmo estou perdido
Cego de chorar uma ilusão,
Sou uma pergunta angustiada,
Gritando em minha dor,
Tua traição.

Porque me ensinaram a amar,
Se amando é que atiro,
Os sonhos ao mar,
Se o amor é um velho inimigo,
E ensina a chorar
Eu pergunto,porque?
Sim,porque me ensinaram a amar,
Se amando,matava o amor,
Dor cruel de dar tudo por nada,
E ao fim de um adeus,
Despertar chorando,
Onde estava Deus,
Quando partiste?
Onde estava o sol,
Que não brilhou?
Onde estavas tu,que não ouviste
O grito tremendo do meu amor.
Quem fez a mulher
Tão desalmada?
Quem desfaz assim tanta ilusão?
Sou uma canção desesperada,
Gritando em minha dor,
Tua traíção!...