Quem ver aquele poeta Falar sobre a dor alheia É capaz de não crer Que de dor ele tem A própria vida cheia Enquanto ele vai falando De um amor que o amigo perdeu Vai calar no próprio peito As dores que já sofreu Não se julga ninguém pela fisionomia Um sorriso nos lábios não que dizer alegria Uns sabem sofrer Ao suportar a maior dor Outros dão cabo da vida por um falso amor Em cada coração há algo oculto Um ciúme banal ou crime de grande vulto E o poeta vai falando sem parar Embora muitos desejem fazê-lo calar