Dalsin

Hiroshima

Dalsin


Já que bater de frente aqui é cobrar meu prejuízo,
Qualquer trisco é fatal se está a beira do abismo.
Se rimas fossem balas, mentes metralhadoras,
Se acaso a rima falha recorro pra voadora !

Bati na cabulosa e fria, cobrou quem devia,
Os neguin voltou bolado, olhar pesado e alma vazia.
Sacia a fome intensa, tu pensa o que isso gera,
Se a intenção é cobrar os arrombado e já era.

Cobrado pelo interfone, corre da ronda dos 'homi',
Amigo aqui tem um monte quando eu tô com o microfone.
Não sei quem é o mais falso, se é o que paga a cerva ou
O que brinda ... mas e dai, de longe observa.

Vai trocar e não volta se tá de traição,
"Tamo junto" pra sempre vai ser uma afirmação.
E 'nóis' tava junto até quando eu tava quebrado,
Se meu RAP não virar sei bem quem vai tá do meu lado.

Custo a linha que cruza tecer no terno que usa,
Me ganhou do outro lado bolando ideia confusa.
Que na vila é bravão, gingando, usa e abusa,
Ta fodido se me encontrar de baixo do gorro da blusa.

Refrão:
Cê ta na linha de conflito, eu sinto muito parceiro,
O que sustenta a paciência é um fio de cabelo.
Os menino tão a milhão, fabricação de rima,
Poder de devastação, feito a bomba de Hiroshima.

Tô que esconde a face do contato visual,
Fone no ouvido dá o sentido que tudo aqui ta normal.
Astral zuado, contrariado, invocado ao saber,
Na vida precisa de muita malícia.. (?)

Artista de circo sem lona assombra as madruga,
Ligeiro, atento, pra dar tempo de sair na fuga.
Viela e beco é saída, atravessa sem olhar as avenida,
Se correr o bicho pega, se ficar perde a vida.

Tamo se levantando a cada louco que "draga"
O amor que tem dentro do peito assume a calça larga.
A cada RAP que escuto me sinto vivo, "cê é loko ?"
Sensação é a mesma de comprar um boné novo.

Gritar que vai fazer virar e chamar a responsa, irmão,
Não ajuda mais que trampar em cima de cada lição.
Na hora que os irmão perceber que vai ser prejudicado,
Vai colar bolado, com o punho serrado, Opala filmado, foda-se ligado.

(Refrão)