Dalsin

Hei Vagabundo

Dalsin


"- Aí malandro, vários problemas vão te rodear pra te ver cair, tá ligado ?
Só que o que são esse problemas diante da sua garra, fé, coragem,
força de vontade, perseverança, ta ligado ? Determinação...
Eu acho que cada um de nós tem algo dentro da gente que é
bem maior que o problema, né ?
Aí tio, o Homem lá de cima olha os 'fi' Dele aqui embaixo..."

Batida é tipo manicômio, rima aqui sai lá do fundo,
Me ofereçam mil carinhos, mas com dois já me confundo.
Perdi as contas de quantas vezes me perguntei:
"Já que não faz sentido então me explica aqui onde eu errei ?"

Me estudei na intenção de tentar me entender,
Com as presepadas do meu pai ia ser foda de eu prever
Deu pra ver, renascer, pretexto não falta ter,
Ressuscitar,  vagabundo, só mesmo depois de morrer.

Me fodi pra aprender a fazer o bem sozinho,
Como aprendi sobre beck, track e os copo de vinho.
Quis crescer, me iludi, perdi, ganhei 'sozin',
'Neguin', tumultuei com a meta dos 'vizin'.

Vagar, pensar, tentar, foder, compreender e completar,
Nada volta pro lugar se não sair de lá.
Minha natureza, lágrimas a matar,
Só um choro pra cair, tio, dez risos pra se levantar.

Eu já quis que alguém morresse, já quis morrer um dia,
Já pedi pra viver quando achei que morreria.
Tentei evitar a morte de alguém, pedi socorro,
Hoje acordo pra nascer e durmo pra morrer de novo.

O mofo tá tão perto, meu pai com o rosto inchado,
De mãos atadas, meus abraços não têm resultado.
Sai pra fora, sente a brisa, rasga a cara, vive a vida,
Mais uma noite que foi mal dormida.

Não, nada mais ajuda, eu vou de encontro ao mau,
Loucura de psicopata não cura com Gardenal.
Nem se onde me encontrar ou mesmo onde procurar,
Quem sabe no riso do Yago ou no brilho da Tainá.

Me fechei sozinho num quarto, colateral consequente,
Saí de lá injuriado, debati com a consciência.
Solta o riso, fecha a cara, troca a face, quem diria ?
Minha sombra eu vi que amanhã é outro dia.

Já tentei me encontrar , e já vai escurecer,
Na praça função se mata pra pagar, pra se perder.
O asfalto tá molhado, o vento seca com sopro,
E na parte que secou meu choro vai molhar de novo.

Portão de grade me permite ver lá fora esse momento,
Só quem tá lá fora também ganha aqui dentro.
Deitar pra esquecer, esquecer pra ir deitar,
Ao final de tudo isso na intenção de me encontrar.