Sozinho um barco implora Que o vento o leve Pra outras marés Aqui um pescador de sonhos navegou Há tantos que já se foram Há quem espera E há quem volta No mar um pecador sem sonhos naufragou Marés pra navegar O medo nos fez remar E a fé no coração Nos deixará n'algum lugar são O vento que leve sopra Tenta acalmar triste lamento E o mar que sente a dor De sonhos transbordou Quem foi levou estórias E quem ficou cantou em versos Será que o sonhador Por medo aqui ficou? As águas sempre a passar O medo me fez ficar Sozinho meu coração Sem um amor chora baixinho As águas sempre a passar O medo me fez ficar Sozinho dentro de mim Meu coração canta baixinho Laia, laia, laia Não sei se por fé, medo, por um desejo estranho ou por vontade de alguém que tanta Gente daqui se foi A única coisa que sei que foi assim com a história cheias de lágrimas derramadas por idas E vindas, que alguém acabou por inventar a saudade Saudade dos que cá ficaram e dos que de lá não voltaram Mas o que todos eles foram fazer lá? E o que todos esses vieram fazer cá? Deve ser por culpa do mundo estar em movimento que andamos sempre de lado pro Outro à procura. Mas, à procura do que? À procura do misterioso segredo que gera a incontrolável, infindável, inquietante Insensata e maravilhosa procura do amor E talvez seja por isso, e não muito mais que isso, a razão pela qual ainda existimos Laia, laia, laia