O ESTRANHO Gente indo, gente vindo Caras estranhas Pessoas rindo, cães latindo Repentinamente o escuro cai Sob o sol ardente Homens andando, mulheres passando Na pressa do dia-dia Crianças chorando, os loucos gritando Repentinamente o escuro cai Sob o sol ardente Agora, sou o estranho O louco, o doente Como se não reconhecesse mais O meu próprio mundo Os amigos já não importam As mulheres já não interessam O álcool já não entorpece mais Nicotina já não consola As canções já não comovem Apenas entediam A esta altura, só o travesseiro dá alento No quarto escuro Sob a meia-luz da TV Que ajuda a tentar vencer a insônia Vencer a insônia... E começar tudo outra vez