Relíquia moldada em aço Pelo milagre da forja Trazendo em aguda forma Mescla de vida e de morte Pois o que resulta o corte Pode ser bom ou ruim Pode ser começo ou fim Depende apenas da sorte A tua têmpera é alma Legada por quem te gera E só sabe quem tempera Qual o limite do fio Pois faca é mesmo que rio Tem um destino sem volta E quando a foia se solta Nem sabe por que partiu Faca buena, fundo corte Sangrando a dor das estradas Quem sabe de vida e morte Respeita o fio da prateada O teu romance é vivido Entre uma chaira e uma pedra Por isso que tu carregas O risco da traição Tudo depende da mão Que te amadrinha o compasso E às vezes mesmo que o laço Trazes de volta o tirão Mas tens o timbre da pampa És o brasão do meu povo E apesar do mundo novo Segue sendo a nossa marca Quem não tem ideia fraca Sabe que em qualquer rincão Não há amor sem coração E nem gaúcho sem faca