Quando eu voltava uma tarde ao meu rancho Alguma coisa comecei a pressenti O meu cavalo impaciente relinchava Chamei por Deus para a viagem prosseguir Quando cheguei no descampado do caminho Vi lá no alto meu ranchinho de sapé Vi as galinhas e os cabritos no mangueiro Achei estranho por não ver minha mulher Ergui o braço esporeei o meu tordilho Pois algo triste logo pude perceber Cheguei no rancho a cabocla não estava Fiquei incerto com o que podia ser Chamei por ela só o eco respondia Entrei pra dentro infelizmente fui achar Um bilhetinho mal escrito amarrotado Que a Mariquita me escreveu pra me deixar declamado: (Querido, dois bandoleiros assaltaram o nosso rancho e obrigaram-me à acompanhá-los Não para onde vão me levar Se não nos vermos nunca mais, adeus) Olhei o Sol pra ver se ainda dava tempo Examinei o meu revórve cortador Abotoei meu cinturão cheio de bala E fui salvar a Mariquita, meu amor Quando cheguei no esconderijo dos pilantra Foi só revórve que brilhou na escuridão Eles fugiram me deixando a Mariquita Eu trouxe ela na garupa do campeão Não sou valente mas enfrento tempo quente Se dei uns tiros foi pra defender meu bem Creio que existem muitos valentões no mundo Maior que eu porém eu juro que não tem Que não se atrevam nunca mais fazer o mesmo Por meu amor eu até gosto de brigar A Mariquita é tudo na minha vida Somente ela é que pode me matar