Longo é o estio. Longos os caminhos para os pés dos homens. Longo o silêncio sobre os campos. longo O olhar que ama o que perdeu. Já não vêm as auroras no bico das aves Nem se ouve a canção de amor Dos tangerinos. A morte nos abóia. exaustos, resistimos. E se acaso caímos no chão os nossos filhos Começam a replantar a rosa da esperança. Ai ceará Teu nome está em nós como um sinal De sangue, sonho e sol. Chão de lírios e espadas flamejantes, Território que deus arranca dos demônios, Mulher dos andarilhos, dália da canícula, Em nós tu mil rorejas. pousas. és canção. Para cantar-te, bem-amada telúrica, Seria feliz se em vez de vãs palavras Tivesse em minha boca chuvas e sementes. Ai, viúva do inverno, flor violentada, Teu sol não brilha: queima. mas um luar Renasce para sempre no olhar Dos homens. Jamais tu morrerás. não seríamos fortes Se por ti não estivéssemos em vigílias cruéis, ó mãe! Mas se as chuvas te querem Como louco partimos Para o amanho da terra. Os campos então ficam maduros Qual ventre de mulher, E as bocas, tranqüilas e felizes, Gritam Palavras de amor Que erguem Primaveras