Amazônica Amazônia sempre foi a nossa insônia Filhos desiludidos numa selva de bandidos Afundados na cocada, acocados no aipim O movimento está a toa pode clê vai por mim A heroína assassina sempre foi a nossa sina A nossa Creolina misturada com morfina É o nosso repelente que protege até os dentes De quem toma muito chá de cogu quente Ah! Eu só vim pra buscar um carregamento E depois me mandar! Ah! Como é boa a fronteira Amazônia e Colômbia Que eu vou atravessar! Atravessar muralhas é o que vou fazer Toda mata, toda selva tenho pra me esconder Carrapicho não espicho, me enfio até no lixo É só tomar cuidado para não pisar no bicho A floresta da Amazônia vai me enlouquecer Ariranha e piranha não posso comer Baiacu, Peixe-Boi e Jabuti Tô achando o caminho pra eu sair daqui Não faça isso não, olhe pro lado meu irmão A cura dos vícios pode estar aqui no chão Procurando um malefício arrombando um orifício É só mais um pulinho pra cair no precipício Pode crê! Não acho nada pra comer Pode crê! Não acho nada pra beber Pode crê! Um Santo Daime pra você Pode crê! A Amazônia é de fuder!