Nós, pedaços soltos pelo ar Restos de cheiro, porções de lar Sensações que a vida desmembrou Sem destruir, sem separar Longe é que a saudade vem mostrar Os segredos que o tempo guardou Entre a meninice e a mocidade Quanta ilusão e quanta dor De um sorriso franco, de um olhar De um santuário, de um divã De um cabaré, de um altar Lenços de seda, lençóis de lã Hoje o tempo ontem vai voltar Pra nos dizer, pra nos falar Que nosso amanhã também será O mesmo tempo a caminhar Cite uma cidade, algum lugar Que sua meninice passeou Quantos devaneios nessa idade Cismaram luz, teceram cor Entre o preto-e-branco do luar E o colorido da manhã Quantos arco-íris a criar Lenços de seda, lençóis de lã