As beiras da primeira Festa de São José Num Domingo Às quatro horas da tarde Sol rachando no céus Lindo de ver Saio prum rolê na vila Vai vendo Baseado na mão Voltando da quadra Viatura passado do lado Para me enquadrar Não devo nada Tô de rolê na quebrada Passa reto procurar o que fazer Dia de lazer A rua lotada de molecada Jogando vôlei, bets Tiozinhos na calçada Pipa no céu Enfeita o telhado azul Nenhuma nuvem Céu completamente nu Perdi o jogo Tenho que pagar a caixa No Bar da Luzinete Que já nos aguardava Com aquela gelada O time inteiro segue sem estresse Elvis sempre foi o artilheiro E eu de goleiro Não dá nada parceiro Vamos brindar O amanhã não é de ninguém Cena marcada com A semana do aniversário Mais um motivo Para brindarmos também Desde moleque Nos conhecemos no fut Baixinho marrento Somou com nossa atitude Humildade de berço Éramos sempre recebido Nossa gang sempre Apoiava o coletivo Passa a hora Decidi colar em casa Bem perto dali Na Rua de baixo do local Paguei a conta Das Breja e das fichas Um receio naquela hora Me deu um sinal O Elvis como sempre Esquentado demais Me insiste antes Para tomar uma a mais Suado expliquei que antes Queria uma ducha E segui para o barraco Para a bucha Descendo a viela Já escutava uma discussão Pensava em ser zoeira do Elvis Tá suave, bang rápido Para voltar com os Manos Jogar aquele truco Naquela positividade Questão de segundos Fechando o portão Ouvi os pipocos E os gritos dos aliados Sem pensar volto lá Para conferir o BO Veja só, encontrei meu Mano estirado Dois tiros no peito levado Anônimo fato Uma Ranger Verde De Campinas foi a pista Discussão no Bar Gerada em mesa de Bilhar Meu Mano artilheiro Virou estatística Sua mae que era Voluntária na festa Corre depressa aos gritos Era tarde demais Mataram nosso parceiro O mais legal Bom filho, trabalhador Talento nato no futsal Cadê a porra da viatura agora Filhos da Puta Quantos precisam morrer Por esta conduta Para mudar alguma coisa Desta postura A lei não te ajuda Te pune e te costura O atirador não encontra Mais à vera Deu fuga pelo trevo da anhanguera E o porque ninguém soube Quem sabe? Atrás dos panos Todos devem nessa crase E fica a frase dele Quem paga a conta agora? E a dor que ficou Naquela senhora até hoje Com seu filho no braços Morto ao vivo Cena marcada pelo bairro E pela Dona Rose Deus o tenha Num iluminado lugar, Não esquecer dos fiéis Te marquei no som Aqui no coletivo pra sempre No Bairro de origem Burck Forever! Para sempre sangue bom É nós, Elvis