CLEBCO44EE

Elvis

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As beiras da primeira
Festa de São José
Num Domingo
Às quatro horas da tarde
Sol rachando no céus
Lindo de ver
Saio prum rolê na vila
Vai vendo
Baseado na mão
Voltando da quadra
Viatura passado do lado
Para me enquadrar
Não devo nada
Tô de rolê na quebrada
Passa reto procurar o que fazer
Dia de lazer
A rua lotada de molecada
Jogando vôlei, bets
Tiozinhos na calçada

Pipa no céu
Enfeita o telhado azul
Nenhuma nuvem
Céu completamente nu
Perdi o jogo
Tenho que pagar a caixa
No Bar da Luzinete
Que já nos aguardava
Com aquela gelada
O time inteiro segue sem estresse
Elvis sempre foi o artilheiro
E eu de goleiro
Não dá nada parceiro
Vamos brindar
O amanhã não é de ninguém
Cena marcada com
A semana do aniversário
Mais um motivo
Para brindarmos também
Desde moleque
Nos conhecemos no fut
Baixinho marrento
Somou com nossa atitude
Humildade de berço
Éramos sempre recebido
Nossa gang sempre
Apoiava o coletivo
Passa a hora
Decidi colar em casa
Bem perto dali
Na Rua de baixo do local
Paguei a conta
Das Breja e das fichas
Um receio naquela hora
Me deu um sinal
O Elvis como sempre
Esquentado demais
Me insiste antes
Para tomar uma a mais
Suado expliquei que antes
Queria uma ducha
E segui para o barraco

Para a bucha
Descendo a viela
Já escutava uma discussão
Pensava em ser zoeira do Elvis
Tá suave, bang rápido
Para voltar com os Manos
Jogar aquele truco
Naquela positividade
Questão de segundos
Fechando o portão
Ouvi os pipocos
E os gritos dos aliados
Sem pensar volto lá
Para conferir o BO
Veja só, encontrei meu Mano estirado
Dois tiros no peito levado
Anônimo fato
Uma Ranger Verde
De Campinas foi a pista
Discussão no Bar
Gerada em mesa de Bilhar
Meu Mano artilheiro
Virou estatística
Sua mae que era
Voluntária na festa
Corre depressa aos gritos
Era tarde demais
Mataram nosso parceiro
O mais legal
Bom filho, trabalhador
Talento nato no futsal
Cadê a porra da viatura agora
Filhos da Puta
Quantos precisam morrer
Por esta conduta
Para mudar alguma coisa
Desta postura
A lei não te ajuda
Te pune e te costura
O atirador não encontra
Mais à vera
Deu fuga pelo trevo da anhanguera
E o porque ninguém soube
Quem sabe?
Atrás dos panos
Todos devem nessa crase

E fica a frase dele
Quem paga a conta agora?
E a dor que ficou
Naquela senhora até hoje
Com seu filho no braços
Morto ao vivo
Cena marcada pelo bairro
E pela Dona Rose
Deus o tenha
Num iluminado lugar,
Não esquecer dos fiéis
Te marquei no som
Aqui no coletivo pra sempre
No Bairro de origem
Burck Forever!
Para sempre sangue bom

É nós, Elvis