Claudio Agá

Made In Baixada

Claudio Agá


Subiu na laje
Empinou a pipa
O sol batia forte lá em belford roxo
O chão da laje é feito de cimento
Mas só queima o pé de menino frouxo

E marco aurélio nasceu no subúrbio
Desde moleque ele é bicho solto
Atarracado, leonino brabo,
Nasceu ao meio-dia, 14 de agosto

Com 15 anos foi morar em copa
E se mudou muito a contragosto
O pai então lhe deu uma “motoca”
Com que ele ia para belford roxo

Mas logo, logo, descobriu a área
Virou boyzinho lá da santa clara
Passava a noite lá na prado júnior
Comia puta no meio do túnel

De madrugada ele roubava teipe
Pra tirar marra lá no tabajara!
E marco aurélio adorava enfeite
Usava quatro anéis e um colar de palha

Até que um dia ele rodou com os hômi
E foi parar na décima oitava
E o pai do marco teve que dar grana
Senão da cana ele não escapava

E como marco era “di maior”
O pai pôs ele no caixa de um banco
Desde então marco só anda só
Ficou até com fama de menino santo

Até que um dia conheceu uma menina
Pensou que era sua
Se jogou no vento...
Mas ela, como todas nessa idade
Disse: “marco, tô confusa, vamos dar um tempo!”

E marco aurélio ficou revoltado
E começou a cheirar cocaína
E se perguntam o porquê dessa vida
Marco só mostra a foto da menina

Hoje marco anda por Copacabana
Quem olha pra esse homem não diz que um dia
Ele já foi um garoto saudável
Pelas ruas da baixada todo dia corria

Pra molecada da rua do marco
Dizem que a droga acabou com sua raça
Mas a galera que é amiga do marco
Sabe que foi uma mulher
A sua desgraça