De longe, longe, longe O ar tão discreto De perto, perto, perto Não estou certo Mas me alerto Que te encontrei Seu cabelo feito cortina de teatro Se abre e vem de fato Um sorriso liso, e aviso É sorriso que arrasa Traz a luz que eu preciso Mas não sei onde piso O chão é tão liso Que escorreguei Corpo inteiro, sim me fascina de fato Mas se pede meu extrato E que dúvida você me arranja Que falsa espera Seus cabelos ganham franjas Ou será que são tranças? Esta dúvida me cansa Mas como responder? Se a ciranda Da minha rua É diferente da sua Sua letra é mais perfeita E sua mão direita Sempre ajeita O meu borrão Seu poema é maior que o romance que eu faço E corrige o meu traço Não há cura, quem atura Se passo da conta? Se você nunca fica tonta Quem é que desmonta Se alguém apronta Decepção? A promessa é como a notícia, o fato Se apuro, eu relato Na estrada desta crise Quem é que dirige? Na hora da vertigem A dor que me atinge É que a gente sempre finge Que o mundo está bom