Quando vi a estrela clara Com os olhos de Dandara De angola tinha cheiro A beleza era tão rara De um sangue borbulhando Me fervendo te senti Vi a pérola mais negra De uma voz que de encanto fez nascer o meu sorri Guerreiros zumbis e quilombos Nos palmares desse chão Dos guetos raízes, tambores Poetas da libertação E o grito ainda ecoa vai pairando pelo ar Faz um lequede gostoso Meu coração bate forte Em sonho me ponho a cantar Raiz de batuque Atabaque do rito, da rota Destaque da troca de passo Compasso! Passe pra que o nosso império contra-ataque Estrela do céu, bem, junto com a do mar Vem se encontrar na terra Guerra que até tom tem É dom, é bom, é som, é sim É seu, é meu, tambor, também Joia tão jovem e rara! Minha cara senhora Não se penhora o coração. Aurora do forro Ora é vista de morro Canto de adoração Ação! Pulsação! Dando sangue e suor sem açoite Da cor da dor do amor Clamor da boa e meia-noite