Cícero Billy Alves

O Filho de Maria

Cícero Billy Alves


É noite! Os ventos açoitam Maria
Oh, não é mais noite! Nem noite, nem dia
A dor do parto num grito estremece
Veio às trevas o filho de Maria
Sem paz, sem prece

Estanca-se o sangue, o amor irradia
O amor de mãe que jorra de Maria
Uivos de cães famintos a lhes rondar
Bem sabe ela
É o cheiro do sangue no chão a exalar

Tanto frio faz!
E o filho de Maria, sem manto, sem lar, sem pai, sem dia
E os cães famintos ainda estão a rondar
Os ventos sussurram
Maria, não temas, o dia logo virá, logo virá
E então verás que pros dois há um lugar ao Sol
Oh! Maria, virá, virá o Sol
Oh! Maria, vês, já é o Sol!