César Passarinho

Manoel Preto

César Passarinho


Chapéu quebrado na testa
Mostrando toda a estampa
Enforquilhado pachola
A trote no verde pampa

As botas garrão de potro
E a bombacha de riscado
Um talamarco mui branco
Um lenço bem Colorado

Assim é Manoel Preto
Da charqueada industrial
Laçador, charqueador
Desses que não tem igual
Irmão do negro Leontino
Apenas por ideal

E a morte velha bruxa
Lhe deu o mesmo destino
De morrer no corredor
Morada dos teatinos

O tobiano velho amigo
Nunca abandonou seu dono
Deu um relincho e foi juntito
Ao infinito, pro eterno sono