Me alcança o mate do estribo morena Que eu ronco a cuia lhe roubo um beijo e busco a volta Abano o pala num aceno e a alma chora E estrada a fora o teu amor me faz escolta Sempre que a lida me convida a andejar Encho os "peçuelos" de saudade na despedida Entrego a ti meu voração de estrada e posto E levo o gosto dos teus lábios na partida Levo a essência campesina do teu corpo Fazendo inveja a uma flor que me sorriu E a melodia da tua voz meiga e serena Na cantilena da sanga buscando o rio Tem uma tropa me esperando lá no passo Pingos de muda pra pisotear horizontes O compromisso de chegar no dia certo E um cusco esperto que se agranda num reponte Uma tapera se desenha lá na volta Do corredor que mais adiante pecha o céu E na culatra poeira fina que levanta, volta e se acampa Na quincha do meu chapéu Meu melhor flerte Olha de volta pra querência Campeio as garra e a tropilha se alvorota Num trote largo pra volver o tempo gasto Repisa o rastro que ficou daquela tropa O sol de maio Recolhe a estampa colorada Mudo o cavalo antes que a sombra me alcance De noite a Lua acende a prata do lombilho Trazendo o brilho dos teus olhos num relance Quero chegar com a madrugada na garupa E a Estrela D'Alva da testa do meu picaço Soltar pra o campo quem venceu tanta distância E matar a ânsia no catre do teu regaço.