Só não nasci de a cavalo Mas me criei campo a fora Pachola pelas coxilhas Num gauderiar de xiru Sentado num Paysandu Tinindo aço da espora E sempre que alço a perna No ermo das madrugadas Brilha o sol dentro da alma E outro por entre as brumas Se refletindo nas plumas Das garças em revoada Quero morrer campereando Numa coxilha qualquer Só pra seguir de a cavalo Pra querência derradeira Porque minha alma campeira Se nega subir de a pé Já nasci pra ser campeiro Sobre esta pampa dobrada Com a rédea do dom cotxanga De baixo dos meus arreios Eu parto o rio grande ao meio Levo o horizonte a trompada E encontro pra pecha o sol E a anca pra china lua Porque eu só tenho um cavalo Pra gauderiar na fronteira Deixo esta alma campeira Em outra alma xirua Quero morrer campereando Numa coxilha qualquer Só pra seguir de a cavalo Pra querência derradeira Porque minha alma campeira Se nega subir de a pé