Cezar e Paulinho

Xiqueza Pura

Cezar e Paulinho


Miséria bate na casa
Bate intriga na família
Bate a falta de comida
Fica sem nada a vasilha

Quando bate uma melhora
Bate o sorriso da filha
Bate o amor, bate a beleza
Oh meu Deus, que maravilha

Bate a ideia no poeta
Está feita a nova trilha
Bate o sucesso na praça
Mais uma estrela que brilha

O cheque bate no banco
Tem que bater a assinatura
Meu modão bate na praça
Sei que é xiqueza pura

Quem bate papo demais
Vira só fogo de palha
Quem bate certo e não erra
Batendo, ganha a batalha

No cantor bate a confiança
Quando ele não se atrapalha
Quem bate firme na viola
Derruba qualquer muralha

Meu pagode bate e vende
E na loja não encalha
Bate recorde e sucesso
Bate em meu peito a medalha

O cheque bate no banco
Tem que bater a assinatura
Meu modão bate na praça
Sei que é xiqueza pura

No mourão bate a porteira
No coração, a saudade
No jogo bate quem joga
Não bate quem tem vontade

No bate bate da vida
Só tem valor a verdade
Tristeza bate e machuca
Recordando a mocidade

O fracasso também bate
Em quem não tem capacidade
Bate a falta de destreza
Se bater peso da idade

O cheque bate no banco
Tem que bater a assinatura
Meu modão bate na praça
Sei que é xiqueza pura

Bate com a cara no chão
O peão que não segura
Martelo bate no prego
O cravo, na ferradura

A água bate na pedra
Bate, bate, até que fura
Idade bate na gente
Vai embora a formosura

Doença bate pesado
Pouco tempo a gente dura
Bater com ela é bobagem
O final é a sepultura

O cheque bate no banco
Tem que bater a assinatura
Meu modão bate na praça
Sei que é xiqueza pura