Outra manhã que eu abri os olhos Com notícias de óbitos, crises de negócios Revolta gera ódio, todos querem o pódio Foda se manter sóbrio e viver desse modo É nóis que paga por isso, até mesmo sem serviço É nóis que leva a vida na beira do precipício É nóis que segue nas ruas sem poder fazer nada É nóis que assiste de perto as vidas ignoradas Nessas quebrada gelada, não vejo mudar nada Inverno frio, geada, mendigos nas calçadas Historias tristes, obscuras rolam na madrugada Vida traz muita cobrança pra quem não deve nada Em 2 dias nesse inferno cê corre sem olha pra trás Vai entende porque a quebrada acredita que Deus é mais Sei que dessas ideias cê não entende um terço Falta interesse de sua parte pra esse contexto A vida ensina a esperar de você, não nos outros Mas seu reflexo te traz orgulho ou desgosto? Sem uma força de vontade, nem um foco de fé Conta pra mim se esta satisfeito com cê quem é? Talvez melhor seria a métrica se eu fosse menos eu Mas foda que fui eu, que essas linhas escreveu Gastei varias tardes e cê chamo de ócio Focado em minhas artes, fiz de amigos meus sócios Me senti convocado pra porra do jogo Varias das minhas apostei nessa mesa Paguei com suor agora quero meu troco Carrego poemas cheios de friezas Sons carregados de ideias talvez meio confusas Não sei se eu uso do rap ou se o rap que me usa Reciclamos várias cargas que carregamos na vida Vários cantos diferentes cheios de gente parecida Várias almas esquecidas como velas geram luz Pra iluminar as trevas que a mente produz Várias histórias não ouvidas, chamadas não atendidas Colecionando fardos e pensamentos suicidas Tem erros aqui em baixo mas a merda vem de cima Falta educação e sobra ódio nas esquinas Tudo isso é fruto de todas as mentiras forjadas Que agem como um vírus corroendo nossas almas Ainda me pedem pra ter calma E pras esses merda tem mano que bate palma Vão lava essa cara, se não soma não atrapalha Onde ate a justiça falha, a revolta se espalha Me senti convocado pra porra do jogo Varias das minhas apostei nessa mesa Paguei com suor agora quero meu troco Carrego poemas cheios de friezas