O GURI (Vicente Barreto e Celso Viáfora) Meu guri vai se chamá Rei Vagabundo e os da lei vão rastá de joelho e beijá os seus pé' Meu guri vai nascê senhor Pai dos pé-de-chulé Não vai ter pra meganha ou malfeitor Eu já fiz 17 o mês passado, o meu tempo passou mas no bucho o meu rei, eu sei, vai ser meu protetor Sendo conhecedor do bem e também dos horror porque, então, se não for por bem vai ser bem como for Um velho me falou que é filho de Xangô mas não sei qual o pai, não sei nem se vingou no porre, na porrada ou no jorro do amor Vingou! Dando um pega na cola quando a fome entra numas de horror e um cachimbo no frio, fumaça invés de cobertor Dando rapa na Sé que nem fiscal de camelô pra afaná os Mané' que vem apanhá o metrô Na moral que quem tira sangue é amador... E 'cê sabe que aí vem sempre o vingador Na miúda é que se chega a imperador! Morou? Esse não vai ser Zé-Bundão, nem Flor: esse bicho é o cão: vai ser doutor