CANÇÃO BRASILEIRA (Celso Viáfora) Não tem feijão, vai pão com rapadura muita mistura envenena o coração Meu par de sete vira um full hand de figura que em noite escura vaga-lume é lampião Sol na moleira vida regateira sem eira, nem beira Põe madeira pra alumiar essa fogueira Muié rendeira da minha canção brasileira A carne é fraca e cheia de nervura Se depender da dentadura fica ruim A água é mole mas a vida é dura e tanto bate até que fura o mocassim Sol na moleira ... Nem um troco no bolso e vamo' que vamo' (Vai que Deus é fatal que nem Nostradamus...) E já que aqui tudo é índio pra americano eu sou "Cacique de Ramos"! Pé-de-valsa, arraso num terreiro (não vim num navio negreiro mas peguei a embocadura...) Dizer que a vida é um anjo de candura, não adianta disfarçar que ela não é Também não sou nenhuma formosura pintou frescura eu mando logo um busca-pé Sol na moleira ... Não casei com o azar nem dei sorte-grande Nunca usei força bruta nem dei vexame Eu não sou filho de Jean-Claude Van Damme Eu sou dos "Filhos de Gandhi" Com 40 graus até no outono era pra só viver no sono mas deitar me dá tontura Não tem pro chope, bota branca pura (bate primeiro e bota fogo no gogó) Quem vem comigo também se segura (quem vive mal acompanhado morre só) Sol na moleira vida regateira sem eira, nem beira Põe madeira pra alumiar essa fogueira Muié rendeira da minha canção brasileira