Aquele que junta o resto, do consumo do povoeiro Já foi um taura campeiro, lidando pelas estâncias Hoje é um retrato de campo, que a evolução jogou fora E o modernismo ignora, sua real importância A sua prosa espichada, desdenhando a vida bruta Silencía quando escuta, canções falando em cavalos Já recorda em cada verso, trazendo o chôro pra o rosto Quando acordava disposto, com a cantiga dos galos Lá vai mais um estraveado, pela ilusão da cidade Cabresteando na saudade, suas lembranças campeiras E nessa vida de andante, de apartar papel e lata Se confunde co'a sucata, que campeia nas lixeiras Sonhava em voltar de novo, pra o velho pago nativo Mas o sonho por mais vivo, não lhe garante o sustento Lembrança não traz os cobres, o sonho nunca deu nada Nem a fome da piazada, se ameniza com lamento Não sabe enganar ninguém, não nasceu pra ser bandido Pois embora desnutrido, não perdeu a honestidade Por isso arrasta alpargata, no mormaço da avenida E na contramão da vida, puxa um carro de saudade