Caxiné e Caxiado

Pagode do Cocoreco

Caxiné e Caxiado


Eu também canto pagode
Estou aqui pra o que der e vier
Meu pagode é cheio de cocoreco
Não é pra marreco nem galizé
A menina dos meus olhos
Jamais na vida vai ser mulher
A cobra esconde debaixo da saia
Do pé de café

Esta vida é um buraco
Já escrevi no papel
A minha cabeça anda pensando
Dentro do buraco do chapéu
O buraco da sepultura
É amargo que nem fel
O buraco que eu achei mais doce
É do favo de mel

Vamos em frente minha gente
Trabalhar que a vida é dura
O pilão trabalha com a mão na boca
O pilão não põe a mão na cintura
A mulher que perde a linha
Pinta e borda e não costura
O trem de ferro parte macio
A linha do trem é dura

Pra dar vida à humanidade
O arroz morre afogado
O tatu tem casa, casa é o buraco
E pra onde vai carrega o telhado
Vira a cabeça do homem
A mulher bonita que faz agrado
Quem mandou foi a cabeça
O pagode bem bolado