Eu também canto pagode Estou aqui pra o que der e vier Meu pagode é cheio de cocoreco Não é pra marreco nem galizé A menina dos meus olhos Jamais na vida vai ser mulher A cobra esconde debaixo da saia Do pé de café Esta vida é um buraco Já escrevi no papel A minha cabeça anda pensando Dentro do buraco do chapéu O buraco da sepultura É amargo que nem fel O buraco que eu achei mais doce É do favo de mel Vamos em frente minha gente Trabalhar que a vida é dura O pilão trabalha com a mão na boca O pilão não põe a mão na cintura A mulher que perde a linha Pinta e borda e não costura O trem de ferro parte macio A linha do trem é dura Pra dar vida à humanidade O arroz morre afogado O tatu tem casa, casa é o buraco E pra onde vai carrega o telhado Vira a cabeça do homem A mulher bonita que faz agrado Quem mandou foi a cabeça O pagode bem bolado