Deixo-te o meu legado sem força ou fé Sem ter tido sentido nos versos que a vida inspirou Despeço-me de tudo e de todos que um dia conheci Rumo ao desconhecido sem nexo ou sexo Sem lágrima dor ou amargura E essa fissura corroendo a alma Calmamente semeando o trauma Calmamente semeando o trauma Não fui exemplo, não fui completo, nunca fui são Doente de corpo, cabeça, espírito e ainda do coração Busquei ter o que me alimente, corri da enchente sem me molhar Com o rabo entre as pernas Sem ter razão nem porquê Como um carro atrás do outro beirando o meio fio Só pra tentar encontrar uma saída Numa rima sem graça, num acorde menor Pouco importam os livros, as fotos Pouco importam as caras ou a sorte Só resta agora partir Partir o pão, comer no chão, sorrir ou amar Estar em paz, perder a voz, sonhar por nós Brincar de careta no espelho velar o teu sono, irmão menor Brincar de careta no espelho velar o teu sono, irmão menor