Carreiro e Carreiinho

Reviravolta da Vida

Carreiro e Carreiinho


Ai, eu nasci no mês de agosto
Na entrada do calor
Um galo preto cantou
À meia-noite em meu louvor

Minha mãe alegre disse
Meu filho sai cantador
Pra amar moça bonita
Não aceito professor

Eu namorei uma fulana
Cheia da grana, chamava Ana, filha da Joana
Era uma linda baiana
Veio de São Salvador

Estava noivo pra casar
Com a filha do tio Heitor
Namorei desde criança
Minha prima Leonor

Ela tem quatro irmãos
São valentes e matador
Diziam tirar meu couro
Porque fui um traidor

Embarquei na Sorocabana
Parei na Indiana quatro semana só na caiana
Curtindo uma paixão tirana
Meu coração sofredor

Ai, sem poder voltar pra casa
Como fosse um desertor
Posso estar aonde esteja
Posso ir pra onde for

A tristeza e a saudade
Sempre foi meu mal de amor
Fui voando sem destino
Como faz um beija-flor

Eu conheci em Apucarana
Numa cabana de uma cigana linda goiana
Outra vez eu tô em cana
Meu coração sonhador

Ai, nem tudo não é pra pior
Dou graças ao Criador
Fui a São Paulo
Com garra e com fé em meu protetor

Mudei meu padrão de vida
Deixei de ser lavrador
Me aperfeiçoei na viola
Na profissão de cantor

Meu disco acendeu a chama
Saí da lama, não como grama, fiz minha cama
Consegui dinheiro e fama
E levo a vida de doutor