Vai longe o tempo Em que se a noite era de prata Violões em serenata Tingiam o céu de amor E a morena Da janela ou do balcão Se gostava da canção Sorria ao trovador Hoje a morena Vive em copacabana E todo bairro engalana Lá de um décimo andar Vai quando é noite À boate ou ao cinema E não se lembra, que pena Da existência do luar Antigamente, à luz fosca De um lampeão Uma trova, uma canção Era o quanto bastava Pois a morena Relembrando o amor primeiro Abraçava o travesseiro E docemente sonhava Mas hoje a voz De um plangente violão Não transpassa o edredon Que o seu corpo acaricia E que fazer Não pode haver retrocesso Ante a força do progresso Meu violão silencia.