Carlos Mendes

Vidro Côncavo

Carlos Mendes


Tenho sofrido poesia 
como quem anda no mar. 
Um enjoo. 
Uma agonia. 
Saber a sal. 
Maresia. 
Vidro côncavo a boiar 

Dói esta corda vibrante 
A corda que o barco prende 
à fria argola do cais 
Se uma onda que a levante 
vem logo outra que a distende. 
Não tem descanso jamais.