Carlos Leitão

Agora Que Não Sabes Mais de Mim

Carlos Leitão


Agora que não sabes mais de mim
Não sei se por acaso ou por vontade
Planta mais um cravo no jardim
E chora uma vez mais esta saudade

Odeia-me à vontade, trai lembranças
Deixei o nosso amor mas não o acabo
Sou isto, a revolta de crianças
Nascidas do meu Deus e o diabo

Sou povo angustiado e madrugada
Num corpo masoquista em solidão
Sou sempre a nossa história inacabada
Sou o sangue por chegar ao coração

Ainda que procure o mesmo fim
Que esteja à minha frente sem saber
Agora que não sabes mais de mim
Talvez eu ‘inda esteja por nascer