Vou sempre a jogo quando me convidas E apenas sei que perco sempre a mão Há no baralho amor e solidão E atraiçoa-me o tempo às escondidas As coisas sendo assim são o que são Com gaivotas de sombra repetidas E as cartas já todas distribuídas Eu apostei a alma e o coração As ilusões passaram das medidas E em noites tresloucadas de paixão Trazes um cheiro a fado e a perdição E dás cabo de mim e não duvidas Nessas linhas que tens na tua mão Há estrelas cadentes esquecidas E é na sina febril das nossas vidas Que eu vou morrer da tua ingratidão