Beijo a lua, ganho a rua, tudo isso me seduz. Varo a noite, viro trevas e amanheço luz. Num canto, largo canto dos libertos, Sou cor de luz, sou homem e Deus. Minha canção me toma como quem me abre as asas E voa, voa, voa... E amanheço nas manhãs, Desabrochando em cada flor, E todo colorido de jardins. Cantando em cada passarinho, Voando em cada liberdade E acordo cor de música e de luz. Beijo a lua... Num verso, manso verso de um regato, Sou livre pasto, sou farto, sou espaço... Minha canção me toma como quem me lava o peito E voa, voa, voa... Mas, quando volto para mim, Sou homem como todo mundo. Que frustração, Que descontento. Mas, um dia desse eu tomo a minha decisão: - Eu saio lá de casa E caso com a minha canção.