Camané

Fado Penélope

Camané


Sagrado é este fado que te canto 
Do fundo da minh´alma tecedeira 
Da noite do meu tempo me levanto 
E nasço feito dia à tua beira 

Passei por tantas portas já fechadas 
Com a dor de me perder pelo caminho 
A solidão germina nas mãos dadas 
Que dão a liberdade ao passarinho 

E enquanto o meu amor anda em viagem 
Fazendo a guerra santa ao desespero 
Eu encho o meu vazio de coragem 
Fazendo e desfazendo o que não quero 

A fome de estar vivo é tão intensa 
Paixão que se alimenta do perigo 
De o chão em que se inscreve a minha crença 
Só ter por garantia ser antigo