Sagrado é este fado que te canto Do fundo da minh´alma tecedeira Da noite do meu tempo me levanto E nasço feito dia à tua beira Passei por tantas portas já fechadas Com a dor de me perder pelo caminho A solidão germina nas mãos dadas Que dão a liberdade ao passarinho E enquanto o meu amor anda em viagem Fazendo a guerra santa ao desespero Eu encho o meu vazio de coragem Fazendo e desfazendo o que não quero A fome de estar vivo é tão intensa Paixão que se alimenta do perigo De o chão em que se inscreve a minha crença Só ter por garantia ser antigo