Ronco de motores Ladrões e trabalhadores Horrores matinais Do outro lado da cidade Nenhuma novidade Manchete nos jornais Durante a noite, performance artística De dia a arte de ser estatística Tentando ser feliz sem motivo algum Sou um cidadão comum Chego no horário Cumpro ordem no trabalho Burocracia, obrigação Descolo minha grana Passo o resto da semana Com o peito em contramão E quando chega o fim da semana Eu curo o tédio da minha vida suburbana Uma companhia, porta fechada, apago a luz E faço amor ao som do blues Do outro lado da ponte Do outro da rua Do outro lado da sorte Dentro de um copo vazio Dentro de um peito imbecil Não há ninguém que suporte Manter a pose pra não ser mais um Sou um cidadão comum