Eu entrei num restaurante e sentei lá num cantinho Nisso chegou uma mulher rodeada de filhinho Pediu um resto de comida nem que fosse um bocadinho O garçom foi empurrando por cima dos menininhos Se tem fome a culpa é sua se ponha no olho da rua E vai limpando o meu caminho Vendo aquela triste cena eu me revoltei sozinho ao garçom eu fui dizendo tome cuidado mocinho Eu não sou nenhum ricaço mas também não sou mesquinho Ela é um ser humano e necessita de carinho Ninguém põe ela pra fora respeite bem essa senhora E esses pobres coitadinhos Ela vai comer aqui com seus filhos reunidos Negar um resto de comida é um golpe dolorido Põe a toalha na mesa e atenda o meu pedido O que vier pra mim comer pra ela será servido Eu pagarei a quantia mas traga o prato do dia E não me venha com sortido A senhora sofre muito vejo pelo seu semblante Ela contou sua história silenciou o restaurante Meu marido foi um homem que por nós lutou bastante Honrado e trabalhador no serviço era constante Mas ele foi assaltado e morreu assassinado Pelas mãos de um assaltante Esse grande sofrimento é o que hoje me consome Criminoso está preso mas não vou dizer seu nome Sei que ele está pagando pela justiça dos homens Na cadeia tem conforto lá ele bebe e come Por causa de um vagabundo fiquei sozinha neste mundo E os filhos passando fome