(Audiozumb, BC) E nos fizemos ouvir como gritos vindos do fundo do gueto Estamos unidos e trouxemos o peso da morte dos índios, da morte dos pretos O seu genocídio Somos a consequência, fruto nítido do seu preconceito, dos 80 tiros Nós saímos ilesos, mas nós somos o filho Nós sobrevivemos, e aquilo que vimos Não nos esqueceremos jamais, jamais Estamos vivos (Por enquanto estamos vivos) Mas por enquanto estamos vivos (mas por enquanto estamos vivos) Prontos pra botar o dedo na ferida Lembrar do peso de ser branco, preto, pobre na periferia Lembrar do peso de ser preto todo dia, no país mais racista da América latina Fantasmas do passado Não esqueçam dessas páginas de dor E o povo toma o lado dos algozes que só lucram com o horror Essa é a resistência armada de palavras na quebrada O som que se propaga em peso é a voz que não se cala Junta o gueto, veste o preto, dentro do gueto a mensagem é passada A mente engatilha, a boca dispara Ideias à prova de bala E é preciso se erguer E é preciso se importar Tirar as rédeas da sua mente pra ninguém te controlar E é preciso entender que o ódio não te faz melhor E quem cultiva o preconceito destrói o mundo ao seu redor Prontos pra botar o dedo na ferida Lembrar do peso de ser branco, preto, pobre na periferia Lembrar do peso de ser preto todo dia, no país mais racista da América latina (Você sabe quem é o filho da puta irresponsável) (Tá ok?) Fantasmas do passado Não esqueçam dessas páginas de dor E o povo toma o lado dos algozes que só lucram com o horror Ouvi dizer que estavam todos mortos Por dentro, os olhos cegos insistem em julgar Ouvi dizer que só restamos nós Na mira, só que ainda fortes pra continuar Ouvi dizer que estavam todos mortos Ouvi dizer que só restamos nós Aqui estamos pra contar os corpos Gritando juntos: Nós somos a voz! Fantasmas do passado (fantasmas do passado) Não esqueçam dessas páginas de dor (desde muito, muito tempo o povo preto vem sofrendo com a dor, vivendo filme de horror na mão do colonizador, usurpador) (Vivem sequelas) e o povo toma o lado (vivem sequelas) (Foram jogados no morro, no gueto, favela, nos becos, vielas, foram excluídos das telas) dos algozes que só lucram com o horror Por ter a pele da cor do Mandela Por ter a pele da cor do Mandela A mesma cor da pele A mesma cor da pele Por ter a pele da cor do Mandela