Quanto você ganha? Qual o seu salário? Quando foi seu último aumento? Já gastou o vale Nunca se sentiu um otário? Dando murro em ponta de faca Remando em maré baixa Na ressaca, preso dentro dessa maquina Que arrecada pra roubar Não pra investir nem pra ajudar Ninguém vai te tirar do sufoco, se é loco Na fazenda eles assam o porco E você perto do esgoto, só com pão com ovo Essa é a cena, brincando com o povo Fazendo o mesmo esquema Sem violência, cadê suas algemas? Só quero que seja cumprida a sentença Minha existência vai ser melhor Com você preso no xilindró Sem ministro tendo dó Aceitando Habias Corpus Interpretando toda história De maneira duvidosa O individuo vem que vem e quando ele vem ele traz A mala do individuo vem com ele ou vai Vem o individuo com a mala e sai A mala com individuo ou vem ou vai E você se mata o dia inteiro Em troca de pouco dinheiro Mora num chiqueiro pra ser correto e direito Mas muitos não aceitam pagar esse preço Não esperam nada do governo e vão viver do seu jeito Vida loca, veste a touca Mete o cano leva a bolsa Seu carro do ano, pega uns trouxas e sai andando E se revidar leva chumbo mano Sem demonstrar remorso, já viu tantos corpos Que isso é só consequência Da ausência de sentimento Sangue frio correndo Como na selva, sobrevivendo Morto por dentro, a cobra e seu veneno Matando e levando tudo que nos temos O individuo vem que vem e quando ele vem ele traz A mala do individuo vem com ele ou vai Vem o individuo com a mala e sai A mala com individuo ou vem ou vai