Ai mano! Se liga nos moleque, vai vendo Só fita errada Cai a noite na quebrada A molecada vaza Cada um por si na sua caminhada Se achando o ladrão sem ligar pra nada! Sem medo da prisão Pronto pra meter bala! Lembra do Henrique? Filho da Dona Odete? Abraçou o crime, não passou dos 20! Lembra do Zé? Aquele novinho que morreu no 157? Pois é, o cara não botou uma fé! Na favela quem não apela Faz a presa sem dar goela! Tem respeito né! A verdadeira malandragem É um irmandade e sua lealdade É baseada na força e não na fé! Vai que vai trampar na loja vender droga Ou pega o fuzil na contenção da tropa Vai mostrar coragem contra os homi de Glock Toma um tiro e morre, e agora? Só troca! Não é filme nem novela! As coisas aqui são mais severas A sua lei aqui não impera! Todo dia a mesma guerra!! O exército da favela Se renova pro confronto! O exército da favela Sempre junto, sempre pronto! Financiado pela sociedade Que não sabe o que igualdade E não entende que a maldade Tá na cumplicidade! Um bando de arrombado, viciado! Que vai buscar sua droga e reclama do estado! Políticos, prostitutas Diretores, empresários! Estudantes, professores Cúmplices de assassinato! Todos que bancam essa merda! Que consomem essa porra! Matando nossos jovens que não tem outra escolha!