Os raios do sol Me mostram um horizonte Que sempre se esconde Na escuridão de um mundo Que nem parece mundo Pois eu olho Para os nossos homens lutando Sem as vezes nem saberem o porquê E me pergunto Se é isso que queremos ser Assassinos de nós mesmos Eu me lembro Das mentiras que eu contei E me pergunto Se eu também serei Tudo que eu sempre odiei Se minhas mãos se mancharão Com o sangue, de algum coração Se o meu ódio Guiará a minha razão O frio da minha alma Me protege deste inferno Pois os meus olhos Não me mostram o que eu quero E é só a minha alma Que me faz perceber O quanto estamos longe de aprender Os dias que perdemos por perder Não voltarão, para se viver Dê-me forças para aceitar O que eu não posso mudar Dê-me forças para entender O porquê Me faça ver O que eu não posso enxergar Me faça crer No que eu não posso acreditar Os pingos da chuva Fazem trilhos na janela E enquanto eu durmo Nas sombras do mundo A guerra não espera Os gritos se misturam Com os trovões Da tempestade que nos enterra E o destino me traz visões eternas Dessa guerra Mas eu me sinto melhor Pensando no depois Pois hoje meus sonhos Parecem ter morrido E tudo que eu tenho sido Já foi escrito Pelas mesmas mãos Que criaram nossos gritos Gerações se transformam em cinzas E a terra permanece a mesma Com a mesma certeza De que amanhã será diferente Mas o futuro já é presente E nossas preces Estão dormentes Pra sempre