Nas ruas, quando ando eu começo a pensar A vida passa em um piscar de olhos Minha cabeça dói, meu corpo mói O ódio me corrói Toda manhã me encontro com a violência Tomo um café, sacio minha abstinência E no final algo me atormenta Mas eu não posso me abalar Irei para outro lugar Onde eu possa imaginar O que eu já fui (quem eu já fui) O que já deixei passar Leio no jornal, corrupção e morte O desvio de verba lava o chão com vinho tinto O cara que bebia discutiu com o carrasco Agora é mais um número e não, não é o quinto Toda manhã parece sempre a mesma Sempre tomo bala perdida na cabeça E no final algo me atormenta Mas eu não posso me abalar Sonhei com outro lugar Onde eu podia imaginar O que eu vou ser (quem quero ser) Aonde eu quero chegar Ouça os fogos ecoando As sirenes aproximando É que tudo isso me atormenta Mas eu não posso me abalar