No estado de São Paulo Essa notícia se esparramou Que num bar grã-fino lá em Marília Um boiadeiro ali chegou Numa roda de fazendeiros Um senhor distinto se alevantou Pra tomar champanhe com seus amigos Um boiadeiro ele convidou A resposta foi pesada Bem desse jeito ele a recusou Eu sendo o rei do gado Nessa mesa sentar não vou Rei do gado não me assusta Um fazendeiro assim respondeu Boiadeiro vai conhecer O que ainda não conheceu Com nota de mil cruzeiro Eu forro o lombo do gado seu Também aposto a minha fortuna Eu jogo a vida que Deus me deu A aposta era perigosa O rei do gado se estremeceu Se tinha peito ele apostava Mas a coragem dele não deu A vitória é pra quem ganha Para quem perde é só tristeza O rei do gado foi derrotado Num duelo só de grandeza Sua fama lhe rodou Igual folha seca na correnteza O fazendeiro vitorioso Chamou o garçom e pagou a despesa Pra quem tava ali presente Caiu de costa com a surpresa Como gorjeta ele pinchou Dez mil cruzeiro e riba da mesa Até a volta rapaziada Que um dia eu volto se Deus quis é E despedindo dos seus amigo Deu um sinal para o seu chofer Um Cadillac possante Veio encostando de marcha a ré Seu motorista abrindo a porta Com cortesia tirou o boné O nome do fazendeiro Não é preciso dizer quem é É o dono da maior riqueza É o verdadeiro rei do café