Adeus papai, adeus mamãe Qual uma ave que sai do ninho que ela nasceu Eu saio de vossos braços Para trilhar passo a passo A sina que Deus me deu É chegada a triste hora De eu ir pelo mundo afora Mas levarei na lembrança Essa casa onde eu nasci E onde feliz eu vivi Desde o tempo de criança Quanto mamãe padeceu Para criar os filhos seus Por isso é que eu vou embora Preciso lutar com a vida Para lhe dar, mãe querida Mais conforto pra senhora É nesse triste momento Vou fazer o juramento Que só voltarei para trás Se eu conseguir triunfar Porém se eu fracassar Aqui eu não volto mais Um pedido eu vou deixar A quem por mim perguntar Todos os amigos meus Que eu fui sem me despedir Temendo não resistir A hora triste do adeus Guarde bem meu violão Colega de solidão Que sofreu junto comigo Nas noites enluaradas Nas saudosas madrugadas Foi ele o melhor amigo Meu canário seresteiro Que eu mesmo fiz prisioneiro Para ouvir ele cantar Só depois que eu for embora Abra a porta da gaiola E deixa ele voar Feche meu cão policial Para que o pobre animal Não veje quando eu partir Solte ele no instante Que eu estiver bem distante Pra ele não me seguir Não chore papai, não chore Não sou um filho que morre Vou apenas conhecer o mundo De lugar desconhecido Mas de meu papai querido Não esquecerei um segundo Não chore mamãe, não chore Eu vendo o pranto que corre Sobre o seu rosto divino Chego a perder a coragem De seguir essa viagem Para cumprir o meu destino Eu sei que em terras estranhas Papai e mamãe me acompanha Pertinho do coração E sempre que a noite desce Eles dizem numa prece Filhinho, a nossa benção Nas ondas frias do vento Mandarei meu pensamento Levar um recado meu E dizer, mamãe querida Não encontrei nessa vida Outro amor igual ao seu Desce a noite silenciosa Cai o sereno nas rosas Surge a Lua lá na serra Mamãe, vou partir agora E quando raiar a aurora Eu estarei noutras terra Adeus, oh! Terra querida Onde eu tive nesta vida Os primeiros sonhos meus Adeus serras e campinas Rios de águas cristalinas Adeus papai e mamãe, adeus