RUA Rua a porta da rua é serventia da casa Rua pegue suas coisas e saia de cara virada Longe daqui vá logo procurar seu lugar Bem longe daqui um teto pra você morar Porque meu sangue não é de barata E nem meus pés são de borracha Pra pisar nos espinhos desses seus caules secos E me perder nessas suas raízes falsas Absurdo esse lugar é pequeno demais pra nós dois Loucura sair do banheiro e ter que te encarar Desprezo essas suas coisas fúteis Hipocrisia essas suas idéias banais Porque eu não estou aqui pra ouvir seus pesadelos E nem contar os carneirinhos dos seus sonhos fatais Eu não vou de novo me enrolar nos seus novelos Porque esse seu ácido gástrico pra mim é demais