Desperta sob a mira dos velhos ponteiros O dia é curto, sua vida menor Seus olhos fracos se levantam grosseiros O ataque costumeiro é a alegria de quem nada em seu suor Seu filho o nobre herdeiro Papai é exemplo do melhor Compete pelo doce dinheiro Acumula o desespero e vive pra vender o seu suor Almeja a vida do chefe doutor O melhor do mês pra seu pagador Almeja a vil migalha pra sua mortalha de senhor Ah… delírio tenaz de um homem tão comum Ah… escravo capaz de um dia algoz do olodum De noite ele anseia por gracejos O alento pra quem deu de si o melhor Encontra as operárias do puteiro, Mas chora no espelho por se identificar com o pior Sua vida nunca pode se impor, Só mais-valia, vida sem valor Sem luta se rende ao nada pelo gatilho redentor Ah… história voraz de um homem tão comum Ah… escravo da paz se matou no olodum