Baltazar Violeiro e Martinho

Eleitor Envergonhado

Baltazar Violeiro e Martinho


Tom: D

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Hoje minha morada é lá dentro do mato, lugar que é de fato bastante isolado
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Lá não tem estrada e nem civa de carro é trilheiro de barro é terreno alagado
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Não existe ponte minha passarela é apenas pinguela de tronco tombado
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E mais quatro horas de mata fechada, dentro das picadas feitas de machado

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Fiz a minha choça com quatro forquilha, lá dentro da ilha estou refugiado
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Não sou pescador, nem sou caçador, sou um eleitor que esta envergonhado
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Lá não ligo radio, não quero noticia, com tanta injustiça estou revoltado
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Não vejo jornais e nem televisão pra não ver os ladrões que eu tenho apoiado

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Muitos me perguntam se não tenho receio de viver no meio de bichos malvados
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Aqui sei que tem muitas onças pintadas, tem cobra enrolada e de bote armado
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Mas sempre respondo isso não é perigo, maior inimigo não vem pra esses lados
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Ta sempre andando de terno e gravata, distante da mata e de carro importado

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Sei que tem prefeito e tem vereador, tem governador, ministro e deputado
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Que vende a palavra por mixaria, se torna anistia é fato consumado
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Eles que são urutus cruzeiro, e os brasileiros estão sendo atacados
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Como é que pode o povo ser feliz, vendo seu país ser sempre lesado