Senhores burgueses Do alto de suas torres Veem a cidade e suas cores Do preto, cinza, ao vermelho Sangue que escorre pelo espelho Ao som da marcha dos trabalhadores Indo a um velório sem flores E homens morrem de fome Nas calçadas sem nome Tudo está como está (Está em seu lugar) Nobres burgueses Da mais alta sociedade Detentores da propriedade Gemendo sangues de mil réis Aos seus súditos fiéis Em lenta morte severina Inalando a vida à toxina E nas noites geladas Homens morrem nas calçadas Onde está a mudança Que me prometeram? Igualdade Nada disso era verdade Tudo está como está (Está em seu lugar) Da para me ouvir? O meu manifesto ecoar? A primavera já vai chegar E nos becos sem saídas Homens perdem suas vidas A troco de nada Cruel destino nos condena Música, teatro, cinema Homens vagam por aí Tentando se preencher Seus bolsos de dinheiro Vivendo em cativeiro Repressão Mas não importa o quanto eu gritar Nada parece mudar Tudo está como está