(Sou vento forte guasqueando, numa cruz abandonada Pegando poeira da estrada na volta de um corredor Sou campo, grama sou flor brotando na primavera Sou um palanque do passado sobre um sinal de tapera) Meu pago me dê licença que eu venho chegando agora No tilintar das esporas demonstrarei quem eu sou Por onde sepé cruzou venho seguindo seu rastro Representando o rio grande com cheiro de terra e pasto Sou clarão da lua cheia repontando a madrugada Sou defendo tu agora onde descansa o tropeiro Tudo fora galponeiro numa tarde de neblina Meus versos por serem xucros retratam a pampa sulina Sobretudo o quero-quero numa tarde de garoa Onde o gado se amontoa sob uma costa de mato Sou chimango e maragato mistura de duas raças E não corro pra trincheira nem abaixo de fumaça Sou lança de 35 peleando sobre a coxilha Velha cepa farroupilha desse chão enraizada Tem a marca registrada descascada no relento São as tradições do rio grande Cinchando nos quatro tentos Sou vento forte guasqueando numa cruz abandonada Pegando poeira da estrada na volta de um corredor Sou campo, grama sou flor brotando na primavera Sou um palanque do passado sobre um sinal de tapera Sou tudo isso que falam e muito mais do imagino Sou massaroca de crina no cangote dum ventena Sou o rosetear de chilenas humilde simples sem luxo Tropeando as reminiscências no velho pampa gaúcho