Eu sou cego pois vejo só o reconheço no espelho Só o que julgo necessário, não associo o avesso Me descobrir me espanta e me paralisa Não consigo desconstruir, não sou capa de assimilar E tudo continua mudando Não sou eu que vou parar de mudar Acumulei durante os anos dúvidas que eu preciso enterrar Mais sofre quem aceita de prontidão? As decisões são feitas sem opção? Nunca houve fim No fim tudo é só transição Nunca houve fim No fim tudo é só começo outra vez Tudo começa outra vez O que eu devo descobrir? O que é preciso deixar? Aceite o novo ser seu chão, seu ar Participando aos poucos para alimentar a fome De nunca deixar a roda parar consciente do novo E tudo continua mudando, não sou eu que vou parar de mudar